Custos fixos x variáveis
A classificação de um item de custo como fixo ou variável depende do horizonte de visão, ou seja, no longo prazo todos os custos são variáveis.
Por exemplo: no curtíssimo prazo, um avião com 50% de ocupação e pronto para decolar tem todos os seus custos fixos comprometidos e, independentemente do aumento de última hora no número de passageiros. Já no médio prazo, podemos contratar ou demitir funcionários, ativar ou desativar turnos de trabalho, comprar ou vender máquinas etc. Pensando a longo prazo, podemos construir ou desativar uma planta de produção, terceirizar toda a produção etc. Por isso, no longo prazo, todos os custos são variáveis.
Quando falamos de custos fixos e variáveis, nos referimos ao curto prazo. Podemos considerar o período de um mês de uma fábrica. Os custos variáveis são variáveis em função de alguma variável, normalmente relacionada à vendas. Por exemplo, impostos faturados podem variar de acordo com:
• Receita
• Custos de materiais
• Volume de vendas
Custos fixos são aqueles que não variam se houver variação nas vendas. Alguns exemplos são custos relacionados ao espaço como aluguel, custos com pessoal.
Uma aplicação clássica do conceito de custos fixos e variáveis é a determinação do ponto de equilíbrio, que ajuda a responder: qual é o volume de vendas necessário para zerar o resultado, ou seja, não ter nem lucro e nem prejuízo?
Os custos fixos são gerenciados para serem o mínimo possível, de acordo com a necessidade da operação. Os custos variáveis são medidos basicamente a partir de materiais, e a margem de contribuição é apurada regularmente a partir de Vendas – Impostos sobre Vendas – Custos Variáveis.
Alguns custos ocorrem em degraus ou em faixas de produção, ou em turnos, etc. A própria mão obra em algumas empresas tem esse comportamento. Se uma empresa tem 5 máquinas e precisa de 3 funcionários para cada máquina ela terá uma equipe de 15 funcionários que serão fixos. Se a produção cair pela metade não será possível passar a ter 7,5 funcionários. Se a empresa adotar mais um turno o custo provavelmente mais que dobrará, pois, horas noturnas pagarão adicional noturno.
Custos diretos x indiretos
Já a classificação dos itens de custo como diretos ou indiretos tem mais a ver com o grau de facilidade ou dificuldade de sua apuração. Quanto mais fácil atribuir um item de custo a um produto, mais direto ele é.
Matérias primas são consideradas como itens de custo direto, a mão de obra alocada na produção, que coloca a mão na massa também é considerada como um item de custo direto. Outros itens, como energia elétrica, depreciação de máquinas, mão de obra de supervisão e gerência, tem sua alocação aos produtos mais difícil, demandando critérios de rateio ou direcionadores de custos que muitas vezes são arbitrários ou muito difícil de medir e por isso são considerados itens de custo indireto.
Se um item de custo tem sua apuração muito difícil e o custo da apuração for maior do que o benefício gerado pela informação, em geral não se recomenda esforço de medição. Vale a máxima: a relevância é mais importante do que a precisão. É muito comum na área de custos aplicarmos a regra de Pareto, de 80 / 20, ou dos poucos relevantes e dos muitos irrelevantes. Em muitos casos, mais de 90% dos custos estão em menos de 10% dos itens de custo.
Como apurar custos com mais detalhes
Com sistemas informatizados e as metodologias certas é possível dar mais precisão na alocação de custos a produtos. Com a entrada em massa dos produtos japoneses de alta qualidade e baixo preço no mercado norte-americano no final dos anos 1970, foi necessário entender melhor como atribuir custos aos produtos e com isso surgiu o custeio baseado em atividades (ABC) no final da década de 1980.
No final da década de 1990 e início dos anos 2000 surgiram evoluções do ABC original: o custeio baseado em atividades orientado pelo tempo (time-driven TDABC) e para a contabilidade de consumo de recursos (RCA). Dois fatores comuns que diferenciam essas duas metodologias do ABC original são a parametrização da capacidade no recurso ao invés de na atividade e puxar ao invés de empurrar os custos dos recursos a partir dos objetos finais.
Gestão da capacidade
O comportamento dos custos e da lucratividade de uma organização, não pode ser compreendido exclusivamente através do consumo de recursos por produtos e outros objetos de custeio, mas também como a carteira de produtos e clientes utiliza a capacidade de produção disponível. Para isso são recomendados modelos de gestão de capacidade que medem e comunicam como a capacidade é utilizada e podem ou não refletir os custos referentes à utilização.
Exemplos de combinação das categorias de custos
• Fixo e direto – mão de obra direta, como o próprio nome diz, é um item de custo direto e ao mesmo tempo é um custo fixo se observarmos o curto prazo;
• Variável e indireto – energia elétrica aplicada na produção é um item de custo indireto, pois na maioria dos casos é de difícil alocação ao produto, mas ao mesmo tempo em que varia de acordo com o volume de produção e vendas;
• Variável e direto – matéria prima, que não precisa de muita explicação, é variável pois se não houver produção e vendas não há custo de matéria prima e é direto pois é um dos itens de custo de mais fácil alocação aos produtos;
• Fixo e indireto – mão de obra indireta, como por exemplo, supervisores, gerentes e diretores. Como já explicado anteriormente, mão de obra é um custo fixo e a que não está “na massa” é de difícil alocação aos produtos e por isso é indireta.
Na sua indústria, há clareza nos conceitos de custos?
Entre em contato com nossa equipe para mais informações.
Autor: MKT – Lógica
Fonte: http://fluxoconsultoria.poli.ufrj.br; http://www.industriahoje.com.br; http://blogdoprofessorari.blogspot.com.br